À hora do despertar
nada justifica
o círculo roxo
a inscrição voraz
o peito exausto
a letargia das mãos em quietos,
oníricos
e
abandonados movimentos...
A tua pele branca
queima na manhã
a minha pele ávida
do calor dos teus beijos nos meus.
E eu não desperto com palavras.
Tu firmas docilmente os teus olhos
apenas no que tudo em mim sente:
no aquietar-se das mãos
no que meu hálito te estremece
no que a boca exige:
os teus
os somente teus
beijos que despertam nos meus.
E repousamos na memória,
por todo o dia,
o que a pele já não justifica,
pois há tudo aquilo
que até escapa a confissão do eu te amo,
pois há tudo aquilo
que não se traduz na expressão do eu te amo,
pois nem todas as palavras esquecidas
justificam
nem na pele, nem nos olhos, nem nos braços
a eternidade de quem ama
junto a primeira cor da madrugada.[Madjer]
"pois há tudo aquilo
que não se traduz na expressão do eu te amo,
pois nem todas as palavras esquecidas
justificam
nem na pele, nem nos olhos, nem nos braços
a eternidade de quem ama
junto a primeira cor da madrugada."
isso eh de uma pureza...