Júlio era um rapaz que cursava o segundo semestre de direito, era tranqüilo, pacato e não havia namorado nenhuma moça até aquele momento. Não porque não quisesse, mas por querer se aprofundar bastante na área jurídica e conseguir um bom emprego. Queria, afinal, ter uma casa, família, filhos e suas respectivas responsabilidades.
Certo dia, enquanto fazia anotações em seu livro sobre as explanações do professor encontrou-se observado por uma colega de sala. Imediatamente desviou o olhar e continuou o que estava a fazer. Porém, os olhares perduraram por vários dias, até que Júlio entendesse que a moça estava enviando uma mensagem do tipo: Estou afim de você!
Ocorreu-lhe após isso uma vontade de também observá-la. Começou de imediato a aquilatar-lhe a beleza. Tinha pernas e quadril torneados, cabelos curtos e louros, olhos verdes, uma tez bronzeada, vestia-se muito bem e, por fim, encantava quem a olhasse. Sua imaginação começou a fervilhar com a idéia de um possível romance, pois já estava na hora e seu corpo cobrava um entrelace amoroso. O ímpeto vinha dos fortes hormônios da mocidade.
Permaneceu o mesmo por vários dias, ficava com receio de chegar àquela bela garota. Não tinha experiência com mulheres. Ela continuou a flertar com mais intensidade mesmo assim Júlio evitava pensar que todos aqueles olhares eram cobiçosos. Dizia consigo: Ela é muito bonita, não vai querer um cara como eu tímido. Franzino, sem-sal. Deve querer um desses de corpo atlético, garanhões, cafajestes etc.
Resolveu não pensar mais nisso. Concentrou-se nos estudos. Inopinadamente no intervalo da aula, a garota vem e abruptamente aborda-o e pergunta seu nome.
Nervoso, boceja: Chamo-me Júlio. E você?
_ Meu nome é Alana, mas todos costumam me chamar de Lana.
_ Prazer Lana.
_ Bom, eu queria dizer que quando te vejo meu corpo fica de um jeito que não sei explicar. Fico louca! Chego a pirar.
Uma forte emoção o possuiu de imediato, ficara desorientado. Não sabia o que responder, apenas balbuciou roufenhamente:
- Você é linda.
Ah, obrigada. Tenho que ir agora para aula, depois vejo você. Tchau
Júlio continuara imóvel no corredor diante daquela fulminante declaração, mas o seu senso o encaminhou para a aula de direito penal. Dias depois quando andava pela faculdade, um amigo, Wilker, chamou-lhe com um sorriso malicioso.
- Ei cara vi você conversando com Lana. Esta virando um homenzinho heim! O que conversavam? Quero saber!
- Nada, só, assuntos jurídicos. E você como está?
- Estou bem, tenho trabalhado muito, mas estou conseguindo acompanhar as seis disciplinas em que me matriculei. Ah, não mude de assunto, vi os bem juntinhos outra vez e nesse mato tem cachorro.
Naquele momento, Alana cruza e acena com um belo sorriso para os dois. Wilker saboreia-a com os olhos de uma raposa, chegando a salivar. Enquanto que Júlio ficara a repassar em sua mente o último encontro.
- Júlio, tens o número do telefone dela?
- Eu, não.
- Pois toma. Faça bom proveito. Até mais, estou atrasado para a prova.
Não houve tempo nem para Júlio se despedir, quando ensejou agradecer, seu amigo já estava dobrando o corredor. Passara minutos eternos olhando o número, fitava os oito dígitos com uma felicidade de quem ganhara na loteria. Não se deu conta do tempo.
Ao chegar em casa escreveu uma mensagem dizendo o quanto desejava conhecê-la e, em seguida, enviou. Deitou-se na cama com as mãos entrelaçadas por baixo da cabeça apoiando-a confortavelmente Não custou muito e ouviu um toque de uma nova mensagem que continha as seguintes palavras: Adivinha o que quero fazer com você? Chocou-se ao ler. Suas expectativas foram quebradas, pois desejava encetar um namoro com todas as preliminares da conquista, o primeiro beijo e palavras de amor. Adormeceu pensando na mensagem.
Na semana seguinte, seu celular não parava de receber mensagens apaixonadas que reclamavam um encontro ardente. Conversaram horas e horas pelo telefone num envolvente jogo de sedução. Combinaram tudo. Numa quinta-feira, à tarde, ficaram de se encontrar num restaurante às duas horas da tarde. Júlio chegou uns dez minutos de antecedência, sentou-se perto das janelas de vidro do estabelecimento; logo depois encostou um carro e, do interior, Alana chamou-o. Foi ao encontro dela, puxou-a para fora do carro e beijou-a violentamente. Em seguida, entraram no carro. Alana pergunta:
- Você que ir para onde?
- Não sei. Júlio temia em dizer a palavra motel, não se sentia seguro, achava que era precipitado falar naquele momento.
- Diz um lugar legal onde possamos ficar juntinhos. Enquanto dirigia, Alana transpunha sua mão do câmbio da marcha para as pernas dele e acariciava-as excitando-o.
- Deixo por sua escolha.
- Pois então vou levá-lo para um lugar que espero que goste.
O carro parou na entrada de um motel. Entreolharam-se com um sorriso e entraram. Foi uma tarde das mais ardentes e selvagens.
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