Na estrada amarela dos cercados cercantes, caminho calmo e solidário. ninguém aparece. a estrada é longa, não tenho pressa. curvas não há, ladeiras, por vezes. caminho. caminho. cataventos. cercas. sem caminhos. única reta desconcertando meu ser. êta estrada sem fim, o que é que vou fazer? na noite, no dia, a reta permanece calma e fugidia. a brisa lenta, o vento forte, sem tufões ou furacões, longe de desastres físicos, intempestuosos. quando durmo, espaço o tempo, admiro o absurdo e acordo trêmulo, suspirando medo. não, não me pergunto onde. dormir no meio da estrada amarela não vou. Foram anos, nem sei quantos e como ali chegou. o andante, caminhante, anda, tresvario, endoidando. o Amor que lhe chamou. a estrada é mesmo sem fim, meio sem cor. ele é que viu um pássaro fujão e pensou ser um beijaflor de cor amarela, olhou pra estrada e a ourou. Mesmo sabendo, digo, Essa estrada tem fim, tem curva, saliência, buraco no meio dela, uma hora há de vir. nem me lembro mais quem me chamou. Ecoa o vento Amor...or...or... Olho os lados, cercas, cercas, cercas, cercas, cercas, acordou. O horizonte acordou! Cria jeito de gente! vailamedeus! Correu, correu, passou dia, passou noite, cansou. Vi uma curva, tenho certeza, não é oásis, nem fortaleza, vi um vulto que ali dobrou, Eu te alcanço, maldito Amor!
Nathan Matos
Esse teu conto?poema?rsrsrs, lembrou-me muito um escritor que eu aprendi a admirar ao ler apenas um livro: Eles eram muitos cavalos...A meu ver, o seu conto?poema? traduz muito da Literatura Contemporânea,da poesia, do encanto e sonoridade das palavras e do sentimento de inquietação que o amor nos traz...(Luciana)
Adoro sua insubmissão! Sua escrita nos arrasta consigo para esse mundo inalcansável de entre mundos, com e sem normas... puro coração; ousadia.
Amo!